Pergunta feita a mim por outra mãe e que me levou a pensar sobre o meu próprio ser feliz na maternidade.
Já fui analista financeira e assessora jurídica numa empresa brasileira. Trabalhei como secretária executiva numa fundação no estado de Nova Iorque. Já fiz bico de maquiadora teatral no interior da Flórida. Fui garçonete e confeiteira na cafeteria de um hotel nas montanhas da Patagônia. Já fui atriz em um grupo itinerante de teatro. Dentre muitas e variadas funções e atividades exercidas ao longo dos anos em que trabalhei em uma missão. Já fui tradutora free lancer. Já trabalhei preparando e vendendo pizza caseira congelada e como ajudante de marcenaria.
Com um currículo tão curioso quanto eclético, quem diria que entre tantos trabalhos, aquele no qual eu teria maior estabilidade por anos de serviço e satisfação no exercício da profissão seria na função de mãe. Porque ser mãe é um baita trabalho. Demanda dedicação praticamente exclusiva, ao mesmo tempo em que precisamos conciliá-la com outras responsabilidade laborais e tarefas dentro e fora de casa. Além de constantes atualizações e especializações. E não raras vezes parece que o que entregamos é sempre muito mais do que o retorno obtido, o que pode nos levar a questionar as vantagens deste trabalho tão demandante.
A maternidade é uma valiosa missão
Mas a maternidade é mais que um trabalho. É uma missão. E o retorno é muito mais valioso que o contracheque recebido no fim do mês. É o legado que deixamos para além da nossa própria existência. Quantas grandes personalidades influentes na história da humanidade só chegaram a ser o que foram graças ao apoio incondicional de suas mães!
Uma mãe me perguntou se ser mãe era bom pra mim, se eu era realmente feliz, e se algum dia isso poderia acontecer com ela também. O que eu poderia responder? Sim. É totalmente possível. Mas o quanto, o quando, o como e o porquê dependem de cada uma de nós. Da maneira como encaramos a maternidade, como definimos prioridades em cada fase, como nos conectamos com nossos filhos, como aprendemos a olhar com os olhos da alma e da fé para aquilo que continuará sendo e existindo mesmo quando já não estivermos nesta terra e perceber o quanto tudo isso vale a pena.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado na minha conta de Instagram em 28 de agosto de 2019.