Você sofre de alguma fobia materna?

Você sofre de alguma fobia materna?

A chegada de um bebê ao seio de uma família vira de ponta cabeça a vida como a conhecíamos até então. O momento pode ser vivido com ainda mais angústia se formos guiados por fobias em relação ao comportamento do ser humano ao nascer.

Como surgem as fobias dos pais

Em geral, as fobias surgem do desconhecimento sobre o que é normal e sobre o que devemos esperar de um bebê. E, lamentavelmente, são reforçadas não só pelo senso comum da nossa sociedade, mas pelos próprios profissionais da saúde. Deles partem as recomendações para as interferências externas, intervenções comportamentais e medicalização de processos naturais, que terminam se acumulando em um efeito cascata que gera sofrimento e desconexão entre pais e filhos.

Curvofobia, chorofobia, sonofobia, dedofobia, colofobia. Patologizamos a infância de tal modo que não existe nada no ritmo de desenvolvimento fisiológico do bebê que seja aceitável. Tudo exige conserto rápido e imediato sob a desculpa de evitar supostas tragédias futuras e irreversíveis.

Suas prováveis consequencias

  • Aparecem, então, a complementação com fórmula para o bebê ganhar peso rapidamente. Ou tirar o peito para forçar o bebê a comer com o mesmo fim. Mas e o respeito ao biótipo e genética do indivíduo?
  • Medicar o choro ou o que acreditamos serem suas as possíveis causas. Ainda que não haja comprovação científica da eficácia destes medicamentos. Mas o que o bebê está tratando de comunicar através do choro?
  • Treinamentos e técnicas de condução comportamental para fazer o bebê dormir a “noite toda”. Mas será que ele possui maturidade para isso? Quais os possíveis danos destas práticas para a saúde infantil e o vínculo entre pais e filhos?
  • Introduzir chupeta quando o bebê começa a demonstrar interesse em sugar mãos e dedos, com a desculpa de que a chupeta é mais fácil de tirar. Mas não levando em conta que o sugar o dedo faz parte do desenvolvimento infantil e não causa tantos danos quanto a chupeta. A quem realmente serve este discurso?
  • Negar colo e contato físico ao bebê sob o pretexto de que ele ficará mal acostumado. Mesmo que isso signifique deixar chorar no berço. Mas o toque é indispensável para o desenvolvimento saudável do ser humano e fortalece o vínculo com base no apego seguro. Como negar algo tão fundamental e esperar que tudo flua bem?

E por aí vai…

Maneiras de superar as fobias

Todos os dias recebo mensagens de mães e pais aflitos pelo comportamento absolutamente normal de seus filhos. No fundo eles sabem disso. Mas a pressão social e profissional sobre eles, associada à falta de informação gera insegurança e desespero.

O medo se cura com o conhecimento. O ritmo fluido na nova dinâmica com um bebê se constrói com conexão. Pelo bem das nossas famílias, já é hora de abandonar de vez as fobias e abraçar com naturalidade a realidade da vida com um bebê. E acredite, ela pode ser transformadora e maravilhosa.


Por Gabrielle Gimenez @gabicbs

Texto originalmente publicado na minha conta do Instagram em 28 de março de 2019 e atualizado para esta edição.

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