Você já se fez esta pergunta? Eu, sim. E aposto que se a jogar aos quatro ventos não aparecerá ninguém capaz de lançar a primeira pedra, dizendo “Eu nunca”. Porque em algum ponto da nossa trajetória vamos nos questionar a esse respeito. E embora este tipo de questionamento venha carregado de culpa, se trata de algo perfeitamente razoável.
Você nunca se perguntou como seria a sua vida se tivesse estudado outra carreira? Ou se tivesse se casado com aquela pessoa? Se tivesse largado o seu emprego maçante, mas estável, e agarrado aquela oportunidade única, mas sem garantias quando teve a chance? Em momentos de extremo cansaço e frustração diante do presente, é normal que tratemos de imaginar como seria nossa vida “se”. E projetar nessa hipótese uma situação ideal.
Com o ser mãe não seria diferente e talvez o choque de realidade seja ainda maior. Por mais que tenhamos estudado e nos preparado para isso, teorizar a maternidade é bem diferente de vivê-la na prática. Todos os dias, 24h por dia, pelo resto das nossas vidas, dentro do nosso contexto e com nossas limitações. Vai bater a exaustão, por vezes até o desespero. Pode rolar choro, instantes de arrependimento e um certo pessimismo em relação ao futuro.
Provavelmente minha vida e a sua seriam bem diferentes do que são hoje se não tivéssemos sido mães. Podemos até reclamar, ficar cansadas e viver o luto daquilo que poderia ter sido e não foi, de vez em quando. Mas que não deixemos de ver o outro lado. O lado das mudanças para melhor e da superação pessoal. Da ressignificação de tantas coisas e da descoberta de um amor que transborda e transforma.
Respire fundo. Não desista! Você está fazendo um ótimo trabalho. Talvez a consciência da importância desta entrega não sirva para diminuir o seu cansaço diante das demandas do agora. Mas que ela possa te dar a convicção de que todo o seu esforço valerá a pena.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado na minha conta do Instagram em 26 de junho de 2019.