Afirmar que o choro é um sinal tardio de fome é dizer que antes de chorar o bebê vai enviar uma série de outros sinais aos quais devemos estar atentos. Por exemplo, acordar, se mexer, mover a cabeça de um lado para o outro como se estivesse buscando algo (e realmente está!), fazer barulhinhos, abrir a boca, chupar as mãos.
Esperar o bebê estar chorando para só então alimentá-lo aumenta o nervosismo. E isso torna mais difícil para a mãe colocá-lo no peito, e compromete a efetividade da mamada. No caso de outros cuidadores, aumenta as chances de rejeição do leite oferecido em utensílio adequado, especialmente na fase de adaptação.
Nada de dar chupeta ou ficar distraindo o bebê. Nem deixá-lo chorando para aumentar de maneira forçada o intervalo entre as mamadas. A amamentação deve ser em livre demanda. No caso dos recém-nascidos, faz parte do processo a livre oferta do peito por parte da mãe. O mesmo é válido para bebês prematuros, muitos sonolentos e/ou com baixo peso. Isso evitará o comprometimento do ganho de peso inicial e possíveis episódios de hipoglicemia. Além da baixa produção de leite materno por falta de estímulo.
Como sabemos, nem todo choro é fome. Mas também sabemos que o peito é muito mais que o meio pelo qual o bebê enche a barriga. Na dúvida, sempre ofereça o peito. Se o bebê recusar ou mamar e se mantiver irritado, então poderemos buscar outras razões que expliquem seu desconforto.
Os bebês devem estar sempre próximos da sua mãe, de preferência em contato direto com seu corpo. Ao alcance da vista materna, os mínimos sinais poderão ser percebidos e atendidos. No contato contínuo, seu corpo e alma poderão ser alimentados de forma plena.
Por Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado na minha conta do Instagram em 19 de julho de 2019.