Felicidade materna e demanda infantil são incompatíveis?

Felicidade materna e demanda infantil são incompatíveis?

É impressionante como a nossa cultura insiste em colocar a felicidade materna e a demanda do bebê em lados opostos. E é lamentável que acreditemos neste discurso ao ponto de achar que jamais seremos felizes se tivermos que atender uma criança como ela precisa, respeitando e acolhendo as necessidades de cada fase.

Em que ponto perdemos a naturalidade do maternar? E deixamos de escutar os nossos filhos e silenciamos nosso próprio instinto para ouvir os conselhos alheios, tentando a todo custo enquadrar num modelo que não tem nada a ver com o que acreditamos?

A maternidade é um processo que de nenhuma maneira está isento de dor e cansaço. E não me refiro apenas à amamentação, ao colo contínuo ou ao sono infantil. Porque mais cedo ou mais tarde seu filho estará desmamado, não precisará ser carregado, e de uma forma ou de outra em algum momento dormirá a noite toda. E então, que? A maternidade ficará mais fácil a partir daí e seremos felizes para sempre?

Felicidade no cotidiano

A felicidade está nas pequenas coisas. Está em entender o valor incalculável do ser mãe e de ser responsável por criar e educar um ser humano desde o início da sua vida. Na possibilidade de deixar um legado para além da nossa própria existência. Que tipo de pessoas estamos formando? Ou que valores estamos transmitindo? Que tipo de vínculo estamos construindo?

Hoje levantei os olhos de mais uma pia de louça suja e me deparei com esta cena da foto acima. Enxuguei rápido as mãos e saí correndo para registrar. Porque ela é uma recompensa ao meu trabalho. Com erros e acertos, muitas vezes aos trancos e barrancos. Mas que mesmo em meio ao caos eu nunca perca o foco da importância do que estamos construindo. E que isso me dê sempre razões de sobra para ser feliz.


Por Gabrielle Gimenez @gabicbs

Texto publicado originalmente na minha conta de Instagram em 26 de abril de 2019.

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