Estar apegado e ser dependente são coisas diferentes

Estar apegado e ser dependente são coisas diferentes

Muitas mães escutam em tom de crítica que o seu bebê é muito apegado. Nesta reflexão, Julieta Franco explica porque estar apegado é algo positivo.

A dependência sob a perspectiva do apego

Quero fazer com que você pense na questão de “dependência” sob o prisma do APEGO. O termo dependência resulta de uma ideia pejorativa e vem sendo usada de forma errada para expressar o comportamento de APEGO.

A “dependência” é relativa. Diminui gradativamente conforme a criança cresce. O comportamento de APEGO tem efeito contrário. Começa pequeno e aumenta ao longo da vida.

Estar apegado é sinal de sanidade e de humanidade. Quanto maior esse comportamento, melhor. Não tem NADA de negativo seu filho querer ficar muito no colo, ficar inseguro em ambientes estranhos, não ir no colo de qualquer pessoa, chorar quando você sai de casa. Também não tem nada de errado na amamentação focada na sucção não nutritiva (quando o bebê fica “só chupetando” seu peito), em fazer cama compartilhada, embalar o bebê para dormir, amamentar até dormir. Nada. Nenhum desses fatores tem a ver com “dependência” no sentido pejorativo. São apenas ferramentas do comportamento de apego e, por isso, não há por que ser controlado, administrado, muito menos, não há necessidade de ser vinculado com o termo “dependência”.

Benefícios de estar apegado

O comportamento de APEGO se retroalimenta com contato físico, com a necessidade de se relacionar, de estar junto. Graças ao fato de sermos seres sociais e emocionais. Seres humanos. O comportamento de APEGO tem como objetivo máximo APROXIMAR AS PESSOAS.

Quanto maior o apego no começo da vida, maior sua capacidade de se relacionar com outras pessoas, maior a capacidade de regular as próprias emoções, maior a inteligência emocional e maiores as chances de ter uma vida plena e feliz.

Estar junto não é só fator de sobrevivência, mas principalmente, é fator de EXISTÊNCIA. Que a gente exista mais do que sobreviva.

Ninguém vive sozinho. Grande ou pequeno.

[Leia também: Porque é tão Difícil Continuar Amamentando – Cultura do Desmame e Ausência Materna e uso da Chupeta.]

[Para se aprofundar no tema, assista a nossa live ou ouça o nosso podcast sobre Amamentação e Apego.]


Texto de Julieta Franco, mãe do Calvin, certificada em Disciplina Positiva e Comunicação não Violenta, Graduanda em Psicologia, Mestranda em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento, autora do livro O Poder do Apego.

Você pode acompanhar o seu trabalho no Instagram @recriar_julieta

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Texto publicado originalmente na sua conta do Instagram em 30 de outubro de 2019 e gentilmente cedido pela autora para divulgação neste espaço.

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