O que eu diria a mim mesma, grávida, com tão pouca informação e, no entanto, com tantos sonhos e expectativas em relação à maternidade?
Se eu pudesse voltar no tempo, há exatos 8 anos, para avisar a mim mesma, grávida e futura mãe de primeira viagem o que viria pela frente! Eu faria uma série de advertências e alertas sobre o quão distante da realidade está o senso comum da nossa cultura. Sobre como o sistema é cruel e como a assistência obstétrica, mesmo nos hospitais ditos vanguardistas, é violenta e desrespeitosa. Como muitos profissionais falam do que não sabem. E “cagam” tantos aspectos que deveriam ser sagrados, protegidos e cuidados no nosso maternar. Sobre a importância dos grupos de apoio e lugares onde encontrar informação fidedigna a respeito de tudo que é realmente relevante. E como faz falta uma tribo, em especial quando somos expatriadas.
Mas também falaria sobre uma força sem igual e um amor indescritível. Sobre um novo significado para tantas coisas. E sobre se reencontrar numa vida completamente diferente, mas ainda assim maravilhosa. Sobre erros e acertos, quedas e triunfos. E transformações no corpo e na alma. Sobre lágrimas e gargalhadas. E sobre já nunca estar só (embora isso também tenha o seu lado desesperador). Sobre ser amada com pureza e deslumbramento. E ser a pessoa mais importante na vida de alguém. Sobre como faltam as palavras para descrever tudo o que demanda, tudo o que implica, tudo o que se perde e o muito que se ganha ao ser mãe.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado na minha conta de Instagram em 15 de agosto de 2019.