Pensamentos de uma mãe para o seu bebê durante uma noite insone. Uma de tantas nessa quase eternidade chamada puerpério.
É tarde da noite. Não sei exatamente que horas são. Desde que você chegou o tempo deixou de existir. Parece já não haver intervalos. Me sinto tão cansada. Apenas cochilei e você acordou chorando. Agora estamos os dois sentados na cama do quarto em penumbra.
Você é tão pequeno e frágil. Te pego com cuidado com medo de te machucar, te ponho no peito, aconchegado ao meu corpo e você se acalma. Seu pai está dormindo aqui ao lado e eu o invejo. Nossa jornada mal começou e eu já me pergunto quando essa fase vai passar.
Me sinto um pouco perdida. Você chora e eu não sei exatamente o que quer me dizer. Vou na base da tentativa e erro. Isso é desgastante. Sei que você não o faz por mal, que está assustado com a vida aqui fora. É tudo tão diferente. Entendo.
Eu já te disse que estou cansada? Na verdade, estou exausta. Mas você não é o problema, e sinto muito se inconscientemente eu te culpo por isso. O problema é ter que escutar críticas e cobranças, não receber ajuda, ter que pensar em tudo sozinha. Que difícil não ser compreendida. Pelo menos isso me dá uma ideia de como você também se sente.
Tenho muito medo de não ser uma boa mãe, de não saber o que fazer em todas as situações. É difícil de repente perder o controle e não ter todas as respostas. Tenha paciência comigo. Eu estou tentando acertar, eu juro.
Você voltou a pegar no sono e acho que deveria fazer o mesmo. Vou te deixar aqui perto de mim. Boa noite, meu filho. Até o próximo despertar. Não sei como será amanhã. Mas vamos dar um jeito. Já iremos nos acertar. Um dia de cada vez…
Eu te amo.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto publicado originalmente na minha conta de Instagram em 11 de fevereiro de 2019.