
Não sei se existe uma combinação mais perigosa do que a falta de conhecimento dos pais em relação ao comportamento esperado de um bebê e a necessidade que nossa sociedade tem de criar rótulos.
Bebê bonzinho, bebê nervoso, bebê chorão, bebê guloso, bebê calminho, bebê manhoso. Rótulos que trazem consigo estigma, culpa, insegurança, desespero e que em geral vêm acompanhados de orientações do tipo: dá mamadeira, dá chupeta, deixa no berço, deixa chorar, isso não é normal, é mau costume, é manipulação, seu leite não sustenta.
As soluções elaboradas pelo senso comum da nossa cultura ignoram a demanda legítima do bebê, que passa a ser mal interpretada e negligenciada, gerando um ciclo de sofrimento que se retroalimenta: um bebê que chora para expressar uma necessidade, pais desorientados que ao invés de atendê-la usam paliativos e transmitem ao bebê sua tensão e ansiedade, fazendo com que ele se sinta inseguro e reaja com ainda mais choro.
Quanto sofrimento poderia ser evitado se a chegada do novo membro à família fosse acompanhada de recomendações como: dê colo, dê peito, acolha o choro, durma junto, carregue, embale, é assim mesmo, é uma fase, é normal, seu leite é suficiente, vai passar.
O que você tem agora nos braços é um bebê, simplesmente isso. Sem rótulos. Um pequeno ser humano em formação que mais do que tudo no mundo precisa da sua disponibilidade emocional para compreendê-lo e do contato com o seu corpo para se sentir seguro. Não rotule. Acolha. Não escute palpites. Conecte-se. Não mesquinhe afeto. Entregue-se.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado na minha conta do Instagram em 11 de fevereiro de 2019.
Como sempre maravilhoso!! Cada mãe se reconhece nos seus textos. Na minha segunda oportunidade de maternidade conheci a possibilidade de criar com apego, q bebe nao tem manha e precisa de contato. Me sinto culpada de nao ter sido com a mais velha, hj com 16 anos, a mae q sou hj para o bebe de 8 meses.
A gente faz o melhor que pode com a informação que temos disponível naquele momento, não é mesmo? Entendo o sentimento, porque me pego lamentando de vez em quando por coisas que fiz na criação do mais velho por pura ignorância. Mas graças a Deus, com a informação que tenho hoje, pude e posso fazer muitas coisas de maneira diferente com os gêmeos e até com o mais velho também. Ser melhor a cada dia por eles e por nós mesmas é o desafio de toda uma existência. Um abraço!
Q texto.. reconheci a mim mesma meses atrás nessas palavras. Na minha família 3 bebês nasceram em um intervalo de 5 meses.. 3 priminhos.. dois calmos e sorridentes e um mais choraozinho – o meu. No início minha cabeça fervia questionando o pq dele ser um bebê chorão. Conheci a Criação com Apego.. Disciplina Positiva e Comunicação Não Violenta.. meu olhar mudou.. enxerguei meu filho como ele é.. simplesmente um bebê. Q alívio! O choro sumiu? Claro q não.. ele é um bebê!!! O q sumiu foi meu olhar de julgamento.. minhas cobranças e inseguranças. Libertador.. acho até q libertei a mim e a ele.. q sentiu essa leveza e passou a chorar bem menos..
Que maravilha quando podemos mudar o nosso olhar e relaxamos em relação às nossas expectativas. Os bebês sentem a nossa empatia e também relaxam. Todos saem ganhando. Parabéns!