O puerpério é um período de grandes transformações. Em que precisamos nos reencontrar com um novo eu. Mas também o momento oportuno para começar a tecer um vínculo forte com o nosso bebê.
No entanto, até que ponto temos conseguido seguir o nosso instinto no afeto e cuidado com nossos bebês? O que temos deixado de fazer porque as pessoas nos dizem que é errado, que mal acostuma, que estraga? Quanto sofrimento guardamos dentro de nós porque não estamos conseguindo exercer a maternidade como gostaríamos? Vale a pena deixar que os outros decidam em nosso lugar?
O puerpério é um momento delicado para o qual não estamos preparadas. Hormônios à flor da pele. Uma nova realidade para assimilar e uma nova identidade para descobrir. Um novo vínculo para construir. O cansaço pesa sobre as emoções que nos confundem. Ao nosso redor sobram os palpites, os conselhos, as recomendações. Abundam os mitos, a propaganda, a falácia. Afinal, como saber se estamos indo pelo caminho certo?
Priorizando o que realmente importa
A informação fidedigna ajuda a desmistificar muita coisa. E é fundamental para orientar o traçado de uma rota, um plano. Mas é preciso ir além. Precisamos assumir o controle da nossa maternidade. Precisamos nos concentrar naquilo que mais importa: a díade mãe-bebê.
Olhe para seu bebê com ternura, com empatia. Acolha as suas necessidades como se estivesse acolhendo a si mesma. Entenda seu choro frequente como o medo do desconhecido. Chore com ele. Se pra você é cansativo, para ele ainda mais. Crescer cansa, sobreviver neste mundo hostil é extenuante. Se abracem e durmam juntos. Vocês precisam e merecem.
A medida que o tempo passa o amor aparece, cresce, superando tudo o que conhecemos. Começamos a entender e a decifrar até os resmungos. Os hormônios se equilibram, a demanda se adequa, a gente vai pegando o jeito.
Não negue colo. Nem deixe chorar. Não engrosse as estatísticas dos que se conformam em criar sobreviventes. Crie um ser humano amado, seguro de si, empático. Crie alguém que possa fazer diferença neste mundo para melhor. Ofereça tudo o que gostaria de ter recebido. Faça ouvidos surdos para quem diz o contrário. Fundamente sua postura.
É um período demandante e por vezes enlouquecedor. Mas passa rápido. Dê colo, carinho, lance bases sólidas para o apego seguro que repercutirá positivamente por toda a vida. Você nunca estará dando demais.
Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs
Texto originalmente publicado no meu perfil do Facebook em 21 de junho de 2018.
