Crenças culturais que atrapalham a prática da livre demanda

Crenças culturais que atrapalham a prática da livre demanda

O entendimento cultural equivocado sobre as necessidades básicas do ser humano ao nascer, pode prejudicar a prática da livre demanda e a amamentação. Além de promover um trato pouco respeitoso com o bebê fora do útero.

O que atrapalha a livre demanda

  • Achar que o bebê nasce programado para cumprir a agenda dos adultos. E que precisa de muitas coisas (lista interminável do enxoval), quando na verdade só precisa de peito e colo praticamente 24h por dia. Dica: sling é vida, meu povo, e todo mundo pode usar, até o papai e a vovó.

  • Se o bebê mama e daqui a pouco chora, nossa cultura diz: “É porque ficou com fome. O seu leite não sustenta”. Quando na verdade deveríamos escutar: “Nossa, como o seu leite se digere rápido. Que composição mais perfeita! Hora de mamar outra vez, bebê”.

  • No Ocidente industrializado as únicas razões pelas quais se permitem a um bebê chorar são fome e cólicas. Esquecemos que choro é comunicação, a maneira que o bebê tem de expressar tudo o que sente e precisa. E a natureza é tão sábia, que o peito serve para acalmar na maioria das vezes, mesmo que a motivação inicial do choro não fosse fome. Não precisa dar fórmula, nem dar remédio.

  • Acreditar demais no ditado “quem não chora, não mama”, nos leva a ser muito cruéis com os bebês. Se as mães fossem orientadas a se antecipar ao choro (que é sinal tardio de fome), as mamadas seriam mais amenas, a pega mais fácil de ajustar e a extração de leite mais efetiva. Mãe e bebê estariam mais tranquilos, permitindo que a ocitocina fluísse bem, fazendo chegar ao bebê o leite cheio de gordura.

Mudanças necessárias

Pelo bem de todos e felicidade geral da nação, esqueçam os relógios, os cronômetros, as cadernetas para anotar as mamadas. Não quer correr o risco do seu filho passar fome? Amamente sem medo. Olhe para o seu bebê, ele vai te dizer exatamente do que precisa. Livre demanda é vida, é  aconchego, é barriguinha cheia e coração contente.


Texto de Gabrielle Gimenez @gabicbs

Texto publicado originalmente no meu perfil do Instagram em 21 de julho de 2020.

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